• 2. Como se faz um roteiro?

    0%



    Veremos a seguir uma série de teorias sobre a prática da escrita para o cinema desde a ideia até a sua criação que não necessariamente são sequenciais. É importante que lembremos sempre a importância de cada uma das etapas assim como suas significações dentro da obra, que afinal poderão resultar em uma belíssima e surpreendente história! Aqui vale ressaltar que é a partir de COMO realizamos toda a estruturação, a junção de elementos e a construção das unidades dramáticas é o que vai ser o nosso diferencial… 


    O primeiro passo é ter uma ideia!


    Sabemos que um filme quase sempre nos conta uma história. Alguém precisou contar essa história, logo, alguém precisou ter uma ideia interessante de contar uma história que precisava ser ouvida, vista e conhecida. É a partir dela que nós, roteiristas, vamos começar a detalhar o que é que vamos contar…

    No nosso caso, usando o cinema na escola, podemos partir de alguns pressupostos:


    • O vínculo com uma história já existente:

    É evidente para nós que as histórias são contadas e recontadas todos os instantes. Diversas vezes, conhecemos um conto, uma fábula, um poema, o enredo de uma música e pensamos: Nossa! Isso poderia dar um bom filme! - e é verdade! A adaptação de obras literárias para obras audiovisuais se dá no roteiro, antes de mais nada.


    • A conexão com os temas abordados em sala de aula:

    A educação lúdica é muito interessante para o desenvolvimento cognitivo da criança e do adolescente na educação básica. Dentro do espaço criado pelo lúdico, é possível aprender a agir, a pensar e a decidir. Dessa maneira, podemos pensar na integração de conceitos estudados dentro da sala de aula - em diversas matérias diferentes - para que as e os estudantes possam de fato imaginar: Como podemos contar ou criar uma história a partir de x elemento que aprendemos naquela x aula? Sobre o quê e como seria um filme feito a partir de x conteúdo que aprendemos?


    • A vivência própria dos colegas de turma:

    Vivemos rodeados por histórias. Parece que o tempo inteiro estamos consumindo algum tipo de história: cada momento que vivemos nos dará algum tipo de história. Podemos estar experienciando por conta própria ou ouvindo alguém contar algo que passou em algum momento da vida. Se encontrarmos um ponto interessante para tais histórias que merecem ser contadas, podemos partir do suposto de contar histórias a partir do que nossos colegas de turma já viveram alguma vez na vida, de acordo com o tema que necessita ser abordado na atividade da escrita do roteiro. Sempre podemos usar nossa própria vida como fonte de ideias e progressão de criatividade.


    • O imaginário criativo da turma:

    É claro que nem todas as histórias que vemos nos filmes são baseadas em fatos reais ou totalmente semelhantes com a vida da forma que conhecemos. Os gêneros ficcionais são prova disso, principalmente se tratando de fantasia, aventura e ficção científica. Os frutos de nossa imaginação são surpreendentes justamente por não terem limites. Por isso, é muito legal darmos um pouco mais de atenção àqueles pensamentos vagarosos, aos nossos sonhos que por primeira vista parecem sem sentido e depois, concentrarmos um pouco mais de atenção para desenvolver uma ideia criativa e diferenciada. 



    A storyline: mãos à obra, palavras ao papel!

    Esse passo é onde vamos começar a desenvolver um pouco mais nossas habilidades criativas. Vamos ter de pensar um pouco na estrutura de nossas ideias e a maneira que vamos efetivá-las. É aqui onde vamos pensar em algo extremamente essencial para que o drama ocorra: o conflito! Que pode se definir, segundo Doc Comparato (2009, p. 481) como “a confrontação de forças e personagens com a qual a ação (a história) se desenvolve.”


    Falamos do conflito nesse exato momento pois é agora que vamos definir o quê vai estar acontecendo em nossa história. Para melhor trabalharmos o conceito de o quê vamos abordar, usaremos uma técnica muito simples chamada storyline que consiste na breve descrição do conflito matriz em poucas palavras. Essa descrição do conflito segue um pouco da lógica dos contos na literatura com a ideia de começo, meio e fim a partir da seguinte definição: na storyline, apresentamos o conflito, desenvolvemos o conflito e resolvemos o conflito com a menor quantidade de palavras possíveis. 


    É bom lembrar que sempre terá alguma coisa que acontece, alguma coisa que deve ser feita e alguma coisa que se faz dentro do enredo que começará a tomar forma na storyline.Será nosso ponto de partida para todo o desenvolvimento do roteiro. Aqui começamos a dar o ponto de vista, o olhar geral e as possibilidades dramáticas de nossa criação.

    Então, vamos pôr em prática a construção de nossa storyline? Mãos à obra, palavras ao papel! Valendo!


  • O roteiro cinematográfico

  • Enredo e História: a sutil diferença entre os dois termos

  • Personagens: quem vive ou a quem sucede a história sendo contada

  • A narrativa e o plot: começo, meio e fim

  • A estrutura do roteiro