(Fonte da imagem: arquivo) decupagem + análise técnica do som

Essa também é uma das partes mais legais pois abre espaço para que você leia o roteiro, feche os olhos e imagine a cena na sua cabeça de uma maneira sonora, se a cena acontece em um parque quais sons você imagina? Pássaros, uma fonte de água, pessoas ao fundo, crianças brincando e correndo, um cachorro latindo, a sirene dos bombeiros passando ao fundo? E se for uma cena mais intimista? Talvez menos seja mais, então você pode pensar em um ambiente mais silencioso, com sons pontuais, sem “distrações” para o espectador fazendo com que ele fique mais atento à cena. Da mesma forma, se a cena for misteriosa e os sons de fundo são mais graves e abruptos que ajudam a criar uma tensão, enfim, tudo pode ser possível e é você quem cria.

A próxima parte é a do "set de filmagem", aqui é quando a equipe vai procurar por lugares onde as gravações vão acontecer, a gente chama de "locações", e essa parte é muito importante para o som pois vai dizer quais possíveis sons serão capturados durante a gravação (intencionalmente ou não), aqui o diretor de som juntamente do técnico de som (aquele que vai fazer a captação do som direto) verificam as condições da locação, se é um lugar barulhento, se vai ter eco, se é próximo a uma rua movimentada, se tem uma obra acontecendo por perto, etc. É extremamente importante analisar todos os aspectos sonoros. Mais uma vez é hora de fechar os olhos e escutar cada som que acontece ali e avaliar se eles se encaixam dentro das cenas que serão neste local gravadas, pois ainda há tempo de pedir a produção que busque outra opção explicando quais os possíveis problemas que podem acontecer, ou também ter um diálogo com a mesma e avaliar dias da semana e horários de gravação mais adequados, e explicar que talvez seja necessária a intervenção da produção nos locais fora de set que estejam de alguma forma atrapalhando as gravações (como por exemplo, pedir para que o/a vizinho/a desligue a música, ou para parar uma obra por alguns instantes enquanto se grava a cena, etc.) É importante lembrar que Som e Imagem serão gravados em equipamentos diferentes e separados por isso o uso da “claquete” é indispensável pois através dela som e imagem serão sincronizados no programa de edição, caso não haja a disponibilidade de uma claquete, pode-se improvisar com uma folha de papel contendo as informações das gravações e uma palma bem forte é uma solução. Ademais não se pode esquecer do boletim de som, ali a pessoa responsável pela captação após cada take irá anotar qual o número da cena, plano e take e fazer comentários sobre a gravação em si, se foi boa ou ruim, se ocorreu algum imprevisto, etc. isso tudo para auxiliar o trabalho da montagem. 

Após as gravações e a montagem do filme, a gente passa para a próxima etapa, que é a "Edição de Som", aqui o editor ou editora vai juntar som e imagem, fazer ajustes, recortar, colar e deixar tudo perfeito. Há alguns programas de edição de som que são usados por editores, o mais comum (e também o melhor) é o ProTools um software da AVID, aqui o responsável pela edição vai criar pistas de som para cada "tipo de som" ou seja, uma pista para o som ambiente, uma pista para os diálogos, uma pista para os efeitos especiais, uma pista para as trilhas musicais e assim vai, tudo sempre organizado e separado para facilitar o trabalho. Num ambiente escolar, no entanto, essa edição de som pode ser feita no mesmo programa eleito para montar o filme.

(Fonte da imagem: arquivo)

Para encerrar temos a última etapa, a "Mixagem". Em um ambiente profissional essa etapa acontece em um estúdio próprio que imita o sistema de som de uma sala de cinema, pois a mixagem é onde os sons serão equalizados e direcionados para os lados da sala. Também aqui acontece a “limpeza” dos sons e a possibilidade de adição de alguns efeitos sonoros específicos para a experiência sonora a partir das salas de cinema e seus equipamentos.